Um mês sem Flamarion

Júlio Gralha nos recebeu na última terça, dia 30 de julho.

No dia 29 de junho o Brasil e o mundo perderam um dos maiores egiptólogos. Um mês depois o CAHis Carlos Marighella relembra um pouco de sua história e trajetória.
Júlio Gralha, Doutor, pesquisador de história antiga e coordenador do curso de história no nosso pólo, foi orientando do professor Ciro Flamarion Cardoso, nos concedeu uma entrevista descontraída na sala da coordenação, sobre sua convivência com Ciro Flamarion.

Julio nos conta que um dos principais atributos de Ciro Flamarion era não ser preso a uma teoria especifica, nesse caso o marxismo. "Um marxista aberto capaz de orientar uma série de outras áreas que não são marxistas."
Júlio Gralha relembra que seu mestrado era na Linha de pesquisa do Egito antigo, que não tem nada haver com o marxismo, mesmo assim Ciro Flamarion atuava nessas áreas.

Júlio Gralha: Na verdade, o que ele me ensinou que é da ideia, que na verdade você não precisa ser o teórico, você se utiliza do teórico. Eu não sou marxista mas na minha tese de doutorado eu usei uma categoria marxista porque meu objeto precisava disso. Isso eu aprendi com ele.
Ele tinha uma visão marxista muito forte, mas no fim da vida ele já aceitava outras áreas de pesquisa sem problemas.

CAHis: Como ele era?
Júlio Gralha:  O Ciro parecia um inglês, era uma pessoa acessível, uma pessoa tranquila, gostava das coisas nas horas certas. Se você se atrasar coisa assim, ele não gostava muito. Ele tinha uma preocupação muito grande com seus orientandos com a escrita, o correto português. O que não é um costume do brasileiro, ele pegava pesado nisso. O pesado dele era assim, "Isso não tem condição Júlio!"
As várias facetas de Júlio Gralha.


CAHis: Ele era muito rígido?
Júlio Gralha:  Ele era rígido sim, rígido no sentido de você fazer o trabalho, um referencial teórico claro, com uma metodologia clara, com uma escrita razoável ou boa, porque a gente não tinha como escrever como ele, ele conhecia muito bem português, espanhol, ao ponto de poder ensinar esse tipo de coisa, essa era outra característica dele, mas se ele era rígido por um lado, ele era extremamente acessível por outro. Ele era do tipo de orientador, que até pedia para seus alunos pesquisarem mas ele trazia já o material pronto para os alunos, pronto no sentido de mostrar os textos mais importantes a serem usados e indicar os caminhos mais fáceis.

CAHis: Ele usava seus próprios textos nas aulas?
Júlio Gralha: pelo o incrível que pareça não, ele usava pouco, muito pouco. O material mesmo dele, isso é uma característica interessante dele, que poucas vezes como orientador ele deu para nos o seu próprio material de pesquisa como fonte da nossa pesquisa. O que ele dava e não tinha jeito, em egiptologia são todas as traduções que ele fez, porque ele era um excelente conhecedor da língua egípcia, ele nos dava todas suas traduções e passava para nos já organizado em português.

CAHis: Qual legado ele nos deixou?
Júlio Gralha: Um dos legados, dentro da visão marxista, que marxista não precisa ser fundamentalista, ele nos anos 80 era mais militante, mas nos últimos anos da vida, dos anos 90 pra cá, ele se permitiu fugir um pouco dessa visão. Outro legado que ele deixou é um acervo imenso de material egípcio, deixou para seus orientandos continuarem produzindo, para a egiptologia mundial foi uma perda muito grande, para o Brasil principalmente, mas o que ele deixou mesmo como segundo legado foi a maneira de fazer egiptologia. 
O terceiro legado, é o legado da pesquisa, nesse legado da pesquisa ele deixou para mim, coisas importantes, como a escrita. Ele dizia, se você quer escrever bem, leia mais, não precisa ser coisas técnicas, leia romances. E o último legado foi a teoria, não seja O teórico, não seja só foucaultiano, ou só marxista mas use o teórico mais próximo de sua pesquisa, veja qual teórico é adequado a sua pesquisa, não tenha preconceito em usar o teórico, se é marxista pode trabalhar com alguém da história cultural ou alguém de direita, veja sua pesquisa e utilize a teoria que mais se enquadra.

CAHis: Ele não tinha preconceito na busca pelo conhecimento?
Júlio Gralha: Não, eu não vejo isso no Ciro, nos últimos anos da vida dele, eu conheci o professor Ciro em 1997, efetivamente, ele tinha uma certa restrição teórica e metodológica, mas não um preconceito com os pós-modernos e com história cultural, mas dentro de um debate acadêmico, mas não vejo como preconceito. Não via no professor Ciro qualquer forma de preconceito.

Júlio Gralha coordenador do curso de história
e Bruno Hott coordenador geral do CAHis
CAHis: Acha que a morte do Ciro passou despercebida?
Júlio Gralha: pelo contrário, a morte dele dentro do mundo acadêmico foi muito comentada, a imprensa não dá esse tipo de notícia.
O que está acontecendo, que recebemos informações de outros professores, se pensa em várias atividades em função dele, a terceira edição da revista do mundo antigo, vai homenageá-lo, isso tá acontecendo em vários espaços acadêmicos, isso não fica claro na mídia, porque são espaços acadêmicos, isso fica um pouco restrito e essas homenagens não são somente na história em outras áreas das ciências humanas conheciam o professor Ciro, e não só no Brasil. Porque ele viveu na França, fez pós doutorado nos Estados Unidos, trabalhou muito tempo na Costa rica no período da ditadura militar, em um período onde tinha uma ação marxista muito mais intensa. Se eu fosse qualificar o professor Ciro, eu qualificaria como um marxista extremamente aberto e hoje em dia é difícil achar alguém assim?

CAHis: Acha que dá sequência de alguma forma o legado que o Ciro deixou?
Júlio Gralha: Temos o problema na UFF hoje que ninguém é a altura do Ciro, mas alguns orientandos do Ciro estão levando pra frente, como o professor Moacir Elias dentro da egiptologia, eu de certa forma, a professora Liliane que está terminando o doutorado, a gente leva a diante o trabalho dele, mas diria também que em outras linhas muitas pessoas importantes foram orientadas por ele.
O que eu acho o q vai acontecer sobre tudo os pesquisadores de egiptologia vão se organizar para tentar levar em frente o legado dele e não deixar morrer.

O professor Júlio relembra que Ciro Flamarion também atuou em outras áreas, como América e Teoria da História.
Júlio Gralha: O ciro começou com América, nos anos 60 e 70 avança para as questões de teoria da historia, onde ele ficou bastante conhecido, mas, eu vejo assim, o grande xodó dele era a história antiga. 
Ele se debruça sobre a historia antiga, e dentro da historia antiga a egiptologia. Ele é um pesquisador de historia antiga que trabalhava com Grécia, Egito, Roma e Mesopotâmia, foi um pesquisador completo.


Texto: CAHis
Reportagem: Bruno Hott
Fotos: Mauricio Vieira

Em resposta ao DACOM e sua carta aberta...



O Centro Acadêmico Carlos Marighella por meio da atual gestão, a chapa vencedora "Filhos do Reuni" vem por meio desta responder a carta aberta do DACOM. Consideramos a carta GENERALIZADORA quando diz que "chapa vencedora do centro acadêmico de historia", uma chapa plural, democrática, gigantesca de proporções jamais vistas em nosso pólo, atacou diretamente um integrante da chapa adversária e seu partido político.

Pois bem vamos aos fatos, a comissão eleitoral, orgão que fiscalizou a nossa eleição não observou nenhuma ofensa direta a chapa ou a nenhum integrante. (Lembrando que a chapa 2 foi impugnada na primeira eleição por campanha vexatória e caluniosa, e só foi recolocada em nova eleição a PEDIDOS DE INTEGRANTES E COLABORADORES DA CHAPA 1.) Como se essa Simples explicação não bastasse, AFIRMO que mais 80% da nossa gestão tem amizade CLARA com os componentes da chapa 2, o que fica claro na imagem anexada onde dois integrantes de cada chapa, MAIS DE UM MÊS APÓS AS ELEIÇÕES, confraternizam.

Infelizmente em uma gigante chapa, e inúmeros colaboradores NÃO CONTROLAMOS TODOS, apesar de ACONSELHAR não HAVER NENHUM ATAQUE OU BRINCADEIRA, antes, durante ou depois, eles PODEM ACONTECER, o que não caracteriza a posição de UMA CHAPA, ou menos ainda DE UMA GESTÃO.

Chegamos a conclusão que a carta do DACOM, apesar de "bonitinha", beirou o ativismo barato, tendo em vista que o assunto estava ENCERRADO E RESOLVIDO A MAIS DE UM MÊS, o que é característico de alguns "componentes do atual DACOM".

Para fechar, a atual gestão do CAHis é uma gestão DEMOCRÁTICA, HONESTA e AGREGADORA, o que ficou claro nas URNAS, cobra as ELEIÇÕES no DACOM, o ÚNICO CURSO que tem uma gestão sem eleição (a última foi em abril de 2011) e que se acoberta de cartas oportunistas e listas de assinaturas tão obscuras quantos seus propósitos políticos no nosso pólo.

CAHIS CARLOS MARIGHELLA - GESTÃO FILHOS DO REUNI.
 — em UFF Campos

CAHis marca presença no lançamento do livro "Marighella"

Alunos do curso de história da UFF participam da palestra de
Mário Magalhães sobre Carlos Marighella, O CAHis estava presente e foi citado.

Na última quarta-feira, dia 17/07, o CAHis Carlos Marighella compareceu ao lançamento do livro de Mário Magalhães, "Marighella - O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo", na UENF. O autor escreve uma biografia sobre Carlos Marighella e tratou de vários pontos de seu livro em sua apresentação, de forma dinâmica relaciona os fatos marcantes da vida do guerrilheiro, procurando se afastar de juízos de valores políticos e morais na obra. Ao longo do debate, Mário cita e se refere ao CAHIS com apreço, observa nessa instituição a perpetuação dos valores e do legado de Carlos Marighella.

Texto por: Mariana Salvador e Thales Bastos





17º CONUEE, Petrópolis 2013

Da esq. para a dir. Thales Bastos, Maria Alice, Jean Victor,
Bruno Hott e Miguel Júnior

O curso de história da UFF Campos foi representado no 17º encontro de estudantes do Estado do Rio de Janeiro, que ocorreu no último fim de semana (6 e 7 de julho) em Petrópolis
Jean Victor Barreto, Miguel Junior, Bruno Hott e Maria Alice Oliveira, que estão na chapa eleita do novo C.A. e Thales Bastos, antigo membro do C.A. e integrante da chapa vencedora na UEE.
Nas principais monções debatidas estavam o apoio ao povo boliviano e ao presidente Evo Morales, por conta dos incidentes diplomáticos na última semana, apoio aos manifestantes de Itaperuna, que foram covardemente massacrados pela polícia em um protesto pacífico e contra a possível "privatização" do petróleo e apoio a greve geral do dia 11. A nova diretoria também foi eleita e o Campo Democrático venceu.
O Cahis Uff Campos sempre esteve presente nas grandes atividades e continuará participando. — com Thales Bastos e outras 3 pessoas.

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